Canções, mosaicos, apoio incondicional em todos os jogos: 12º jogador, a Fiel também tem destaque na trajetória da conquista corintiana
Dentro de campo, o Corinthians não tem nenhum grande astro. A maior estrela do Timão nesta Taça Libertadores da América está fora das quatro linhas. Das arquibancadas, quando o time mais precisa, vem a força dos alvinegros. O 12º jogador fez, mais do que nunca, a diferença para esta conquista inédita. Dentro ou fora de casa, não importa, o local reservados para os fiéis sempre esteve lotado.
No Pacaembu, a presença da torcida foi ainda mais marcante. Juntando os públicos pagantes de todos os jogos em casa, foram vendidos cerca de 200 mil ingressos.
Adversário | Resultado | Público |
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NACIONAL (PAR) | 2-0 | 29.336 |
CRUZ AZUL (MEX) | 1-0 | 29.837 |
DEP. TÁCHIRA (VEN) | 6-0 | 27.379 |
EMELEC (EQU) | 3-0 | 32.577 |
VASCO DA GAMA | 1-0 | 35.974 |
SANTOS | 1-1 | 35.873 |
BOCA JUNIORS | 2-0 | 37.959 |
Desde a primeira partida com mando de campo alvinegro, lá estava a Fiel. Na estreia, contra o Nacional-PAR, 29.336 pagantes estiveram no Pacaembu para acompanhar o que seria a primeira vitória na competição. 2 a 0. Dai em diante, o número de corintianos no Pacaembu só aumentou.
E não foi tarefa fácil para ninguém conseguir ir ao estádio. A corrida por ingressos em todos os jogos foi disputada. Em quase todas as partidas, os bilhetes se esgotaram em poucos minutos depois de iniciadas as vendas. Contra Santos, na semifinal, e o Boca, na decisão, isso foi emblemático. Foram cerca de 15 minutos para todas as entradas, das mais baratas às mais caras, se esgotarem. O mais em conta foi vendido por R$ 50,00 e o com valor mais alto, por R$ 600,00.
Para a decisão, ingressos para o setor vip do Pacaembu chegaram a ser oferecidos na internet por mais de R$ 100.000,00. Os alvinegros, que esperam este título há tanto tempo, fizeram loucuras para ver o Timão diretamente das arquibancadas do Pacaembu.
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E não foi só para o jogo do Pacaembu que os corintianos fizeram loucuras. Com apenas 2.450 ingressos para os alvinegros – parte foi destinada às torcidas organizadas e outra parte aos Fiéis Torcedores mais assíduos -, muita gente ficou sem entradas para a primeira partida da final, contra o Boca. Mesmo assim, os corintianos não se abalaram e vários viajaram a Buenos Aires sem bilhetes.
Teve gente viajando de ônibus, avião, carros particulares e até de motocicletas para a Argentina. Já em Buenos Aires, buscaram com cambistas os ingressos para o jogo. Alguns conseguiram, mas vários ficaram na porta.
Em todas as outras partidas da Libertadores (Paraguai, Venezuela, Equador, México, Rio de Janeiro e Santos), a torcida marcou presença e apoiou o time, que não perdeu nenhum jogo. Fora de casa foram cinco empates e duas vitórias.
Festa no Pacaembu
Se a festa na Argentina foi grande no Pacaembu, então.... Desde os primeiros jogos a torcida marcou presença, mas na adversidade chamou atenção. Contra o Vasco da Gama, nas quartas de final, após empate por 0 a 0 no Rio de Janeiro, os torcedores se uniram em um único grito. Todas as torcidas organizadas do Timão se juntaram para cantar as mesmas músicas. Um “set list” foi distribuído para uniformizar o apoio. Cantos foram pré-definidos para cada momento da partida. Desde a entrada do time até a comemoração de gols.
Contra o Vasco, nas quartas de final, a Fiel iniciou uma tradição em partidas importantes: os mosaicos. Diante dos cariocas, a palavra “Timão” foi escrita com a ajuda de cada alvinegro que estava sentado no setor das arquibancadas laranjas. Já na partida contra o Santos, os torcedores foram mais ousados e fizeram uma arte com um coração no meio e ornado com uma bandeira do Corinthians: agora, a torcida pulsava. Para o jogo contra o Boca Juniors, a partida mais importante, as “arquibancadas escreveram” a frase mais dita por qualquer alvinegro nos últimos tempos: "Vai, Corinthians."
Grito de Tite

A partida contra o Vasco foi uma das mais tensas da Libertadores. E ficou ainda mais complicada quando Tite foi expulso, no meio do segundo tempo. Sem poder ficar no gramado, o técnico abriu mão de ir para as tribunas ou para algum camarote: foi para a arquibancada e se tornou mais um "louco do banco", passando instruções e berrando, como se fosse um torcedor. Foi dali que ele viu Diego Souza perder chance clara, que inflou os torcedores, e Paulinho marcar o gol da vitória aos 43 minutos.
Foi dali, também, que ele recebeu a ajuda dos torcedores. Ao lado de Edu Gaspar, gerente de futebol e do diretor adjunto Duílio Monteiro Alves, o treinador seguiu orientando a equipe. Quando precisou chamar Willian para passar as instruções e a voz não chegava o atacante, foram os fiéis que ajudaram a gritar com o jogador. Nada mais emblemático.
Além disso, um fato foi marcante para o técnico: em um momento de adversidade, um dos corintianos criticou a equipe e prontamente foi repreendido pelos outros que ali estavam. Tite destaca esse momento como um dos mais importantes, pois mostrou que a torcida estava junto do time.
A torcida corintiana esperava este título há tanto tempo e, como não poderia deixar de ser, fez o papel mais bonito. Apoiou o time em todos os momentos, não deixou de incentivar mesmo quando a dificuldade chamava a atenção. Parabéns, 12º jogador do Corinthians, o título da Libertadores é seu!
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