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domingo, 17 de junho de 2012

Com nudez e gritos de protesto, Marcha das Vadias reúne centenas na orla de Maceió; veja fotos


Mulheres se despiram e pintaram o corpo com dizeres de protesto
Atualizada às 13h27
Depois de passar por vários países e cidades do Brasil, a Marcha das Vadias chegou a Maceió neste domingo (17) e reuniu mais de 500 pessoas na orla em protesto contra o preconceito às mulheres. Mais exatamente, a manifestação é contra a ideia de que mulheres são vítimas de estupro devido ao tipo de roupa que vestem.
Na concentração, que começou por volta das 10h em frente ao antigo clube Alagoinhas, na Ponta Verde, um carro de som e o batuque do Coletivo Afrocaeté agitavam os primeiros manifestantes. Entoando "gritos de guerra", homens e mulheres fizeram um grande movimento de indignação com o machismo e o preconceito de gênero, carregando cartazes e faixas com frases de protesto.
Muitas pessoas se despiram e pintaram o corpo - o mesmo vem sendo feito nas marchas ao redor do mundo desde abril do ano passado. Outras mulheres vestiram lingeries, roupas curtas e provocantes, ou apenas calcinha e sutiã. Houve até homem com batom vermelho ou roupas femininas.
Marcha das Vadias
Turistas, banhistas e famílias que passeavam pela orla se juntaram à multidão, que segue até o Posto 7, na Jatiúca. A quantidade de homens que participaram da Marcha das Vadias surpreendeu quem observava o ato. O analista Alessandro, 32 anos, por exemplo, ficou sabendo da marcha e foi à orla da Ponta Verde com um amigo para apoiar a causa. Outras famílias levaram seus filhos pequenos para mostrar que a educação doméstica pode evitar o preconceito.
Marcha das Vadias
"A nossa luta é por respeito; mulher não é só bunda e peito!"
A alemã Lisa (foto), de 23 anos, veio visitar uma amiga em Maceió e se empolgou com a ideia. Fluente no português - Lisa mora em Salvador, na Bahia -, a alemã engrossou o coro que cantava refrões como "Estupro não é piada / o machismo machuca e mata" e "A nossa luta é por respeito; mulher não é só bunda e peito".
Marcha das Vadias
De acordo com a estudante universitária Thatiane Nicácio, 23 anos, o crescimento do interesse do público pela marcha supreendeu os organizadores do evento em Alagoas. "No início, pretendíamos juntar o máximo de amigos possíveis, uma média de cem pessoas. Nunca imaginamos o sucesso que está sendo. Ficamos muito felizes, porque acreditamos que a adesão representa a conscientização das pessoas para combater a violência contra a mulher em Alagoas", explicou a estudante.
Conheça a história da Marcha
A proposta surgiu no Canadá, na cidade de Toronto, em abril do ano passado, após o policial Michael Sanguinetti afirmar à imprensa que, para não sofrer abusos e estupros, as mulheres deveriam se vestir de maneira menos “vulgar”, e não como “vadias”.
A afirmação causou revolta e um grupo de mulheres organizou a manifestação, que contou com cerca de 3 mil pessoas e teve direito à nudez, micro-roupas, faixas e os corpos pintados com dizeres de protesto como "Não culpe meu corpo pela sua mente!" e "O feminismo nunca matou ninguém. O machismo mata todo dia". 
Em Alagoas, as organizadoras criaram uma página no Facebook (é preciso estar logado para acessar a página), convidando a população a participar do evento. No início da manhã deste domingo (17), mais de 1.540 pessoas já haviam confirmado presença na marcha. Um ônibus saiu da prefeitura de Arapiraca nesta manhã, trazendo manifestantes para Maceió gratuitamente.
A Marcha das Vadias – que em inglês foi batizada de Slutwalk, ou Marcha das Vagabundas – já aconteceu em lugares como Toronto, Los Angeles, Chicago, Buenos Aires e Amsterdã. No Brasil, o protesto já passou por São Paulo, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Pelotas, entre outras cidades.
Fotos

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